Um espaço de opinião e reflexão, que me permite partilhar os meus pensamentos, frustrações e alegrias. Mas aviso desde já, se pensam aprender alguma coisa aqui, vão ficar completamente desiludidos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Citações CI

«Todo o impulso que nos apressamos a estrangular vem açoitar-se-nos no espírito e envenena-nos.»

Oscar Wilde

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Baunilha e Chocolate - Final

Os senhores dos direitos de autor que me perdoem (encarem como publicidade), mas eu vou ter que pôr o final aqui, depois de toda esta partilha. E aviso já, isto que aparece a seguir é o último capítulo do livro Baunilha e Chocolate, por isso, se estão a pensar ler este livro, não continuem! Eu sei que nunca se deve revelar finais e tal, mas eu sou péssima nisso, nunca consigo evitar. Já sabem, se não querem saber o final de um livro ou filme que eu conheça não falem comigo acerca disso.

«Penélope foi deitar-se no momento em que os pais regressavam a casa. Aproximou-se de Luca, que dormia a seu lado, e abraçou-o.
- Parece que vais ter um irmãozinho. Ou talvez uma irmãzinha – sussurrou-lhe ao ouvido.
Nos dias seguintes, o teste de urina confirmou a gravidez.
Uma manhã, de maddrugada, ouviu tocar o telefone no vestíbulo. Precipitou-se pelas escadas abaixo, a barafustar contra a sua preguiça, que a fazia adiar o pedido de um telefone suplementar para o andar superior.
- Estou na praia. Por que não vens ter comigo? – Era Andrea.
- Vou já – respondeu.
No quarto do primeiro andar chegou a voz da sua mãe.
- Quem foi que telefonou a esta hora? – perguntou, aborrecida.
-Foi engano. Dorme – disse Penelope.
Abriu devagar a porta de casa, saiu para o jardim, montou na bicicleta e começou a pedalar velozmente em direcção à praia. Cesenatico, de madrugada, era a mesma de sempre: uma cidade lunar. Abandonou a bicicleta em frente da porta do bar, que ainda estava corrida. Contornou o edifício branco e chegou à praia. Os guarda-sóis estavam fechados, as espreguiçadeiras e as camas dobradas e encostadas às mesas. O Sol nascia à superfície da água. Andrea de jeans e t-shirt de algodão, veio aos seu encontro.
Parou a dois passos dela e sorriu-lhe.
- Estás muito bem – disse.
- Estou ainda em camisa de noite – replicou.
- Vamos tomar um banho? – propôs o marido, enquanto tirava a camisola.
- Achas que desta vez conseguimos chegar ao Sol? – perguntou ela, correndo em direcção ao mar que se estendia em ondas planas, a acariciar a areia.
Nadaram em sincronia até ao largo. Depois viraram-se de costas, a olhar o Sol que se erguia rapidamente no céu.
- Pensava que um momento tão bonito não se repetiria jamais1 – exclamou Andrea.
- Às vezes, a felicidade regressa – afirmou ela. Deu uma cambalhota e recomeçou a nadar em direcção à praia.
Saíram de água a tremer.
- Na cabina há roupões para os dois – anunciou ela. Naquele momento abriu o bar. O banheiro, que tantos anos antes tentara seduzir Penelope, apareceu à porta e viu-os.
-São madrugadores, vocês os dois – observou, divertido.
- Tens bolos frescos? – perguntou-lhe Andrea.
- Chegaram agora mesmo. Vou ligar a pressão da máquina para vos preparar o cappucino do costume – prometeu.
Na cabina com Andrea, Penelope libertou-se da camisa enchacada e envolveu-se nun roupão de felpa.
- És muito bonita. Há vinte anos não me deixaste ver-te nua – brincou Andrea. Penelope sorriu-lhe e saiu da cabina.
Dirigiram-se para o bar e ela disse: - Há vinte anos não tínhamos tido três filhos os dois. Depois, em voz baixa, acrescentou: - Agora vem aí um quarto.
O marido segurou-a por um braço, obrigou-a a virar-se e olhou-a com uma expressão de felicidade absoluta.
- Estás grávida?
Ela confirmou.
- e só agora é que me dizes isso? – exclamou com uma gargalhada cheia de alegria que, de repente, se extinguiu. Largou-lhe o braço e perguntou: - Quem é o pai?
Penélope calou-se. Dirigiu o olhar para a cintilante extensão do mar e sussurrou: - Não sei.
Andrea não reagiu. Sabia que a mulher estava a dizer a verdade.
Ela baixou os olhos e encostou-se a uma mesa. Sentou-se, apertando no peito o roupão de felpa. Levantou o rosto. O marido inclinou-se sobre ela e pousou os lábios nos cabelos molhados. Pôs-lhe um braço à volta dos ombros e apertou-a contra si.
- Este filho é meu, porque te amo – disse.
Ficaram assim, abraçados, a olhar o céu límpido daquela esplêndida manhã de Junho.
- Ainda não dormiste, pois não? – perguntou Penelope.
- Acabei de trabalhar há três horas. Como é que podia?
- Tens de voltar à cidade?
- Tenho vontade de abraçar o Luca. E preciso de estar contigo. Vamos para casa.»

Citações C

«Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada.»

Oscar Wilde

sábado, 28 de maio de 2011

Fiquei Indecisa!

Hoje jogou-se a final da Liga dos Campeões. Um Barcelona - Manchester United. Confesso que fiquei indecisa, gosto dos dois e não sabia por quem torcer. Mas acho que o Barcelona foi um justo vencedor. Realmente ninguém pára esta equipa! Incríveis! Invencíveis!

Heroísmo?

«Vou contar-te um caso dramático. Já ouviste falar das térmitas, essas formigas-brancas que, em África, constroem formigueiros impressionantes, com vários metros de altura e duros como pedra. Uma vez que o corpo das térmitas é mole, por não ter a couraça de quitina que protege os outros insectos, o formigueiro serve-lhes de carapaça colectiva contra certas formigas inimigas, mais bem armadas do que elas. Mas por vezes um dos formigueiros é derrubado, por causa de uma cheia ou de um elefante (os elefantes, que havemos nós de fazer, gostam de coçar os flancos nas termiteiras9. A seguir as térmitas-operário começam a trabalhar para reconstruir a fortaleza afectada, e fazem-no com toda a pressa. Entretanto, já que as grandes formigas inimigas se lançam ao assalto. As térmitas-soldado saem em defesa da sua tribo e tentam deter as inimigas. Como nem no tamanho nem no armamento podem competir com elas, penduram-se nas assaltantes tentando travar o mais possível o seu avanço, enquanto ferozes mandíbulas invasoras as vão despedaçando. As operárias trabalham com toda a velocidade e esforçam-se por fechar de novo a termiteira derrubada… mas fecham-na deixando de fora as pobres e heróicas térmitas-soldado, que sacrificam as suas vidas pela segurança das restantes formigas. Não merecerão estas formigas-soldado pelo menos uma medalha? Não será justo dizer que são valentes?
                                                                                                                                                           
Mudo agora de cenário, mas não de assunto. Na Ilíada, Homero conta a história de Heitor, o melhor guerreiro de Tróia, que espera a pé firme, fora das muralhas da sua cidade, Aquiles, o enfurecido campeão dos Aqueus, embora sabendo que Aquiles é mais forte do que ele e que provavelmente vai matá-lo. Fá-lo para cumprir o seu dever, que consiste em defender a família e os concidadãos do terrível assaltante. Ninguém tem dúvidas: Heitor é um herói, um homem valente como deve ser. Mas será Heitor heróico e valente da mesma maneira que as térmitas-soldado, cuja gesta milhões de vezes repetida nenhum Homero se deu ao trabalho de contar? Não faz Heitor, afinal de contas, a mesma coisa que qualquer uma das térmitas anónimas? Porque nos parece o seu valor mais autêntico e mais difícil do que o dos insectos? Qual é a diferença entre um e outro caso?
Muito simplesmente, a diferença assenta no facto de as térmitas-soldado lutarem e morrerem porque têm que o fazer, sem que possam evitá-lo (como a aranha come a mosca). Heitor, por seu lado, sai para enfrentar Aquiles porque quer. As térmitas-soldado não podem desertar, nem revoltar-se, nem fazer cera para que as outras vão em seu lugar. Estão programadas necessariamente pela Natureza para cumprirem a sua heróica missão. O caso de Heitor é disitnto. Poderia dizer que está doente, ou que não tem vontade de se bater com alguém mais forte do que eles. Talvez os seus concidadãos lhe chamassem cobarde e o considerassem insensível ou talvez lhe perguntassem que outro plano via ele para deter Aquiles, mas é indubitável que Heitor tem a possibilidade de se recusar a ser herói. Por muita pressão que os restantes exercessem sobre ele, ele teria sempre maneira de escapar daquilo que se supõe que deve fazer: não está programado para ser herói, nem o está seja que Homem for. Daí que o seu gesto tenha mérito e que Homero nos conte a sua história com uma emoção épica. Ao contrário das térmitas, dizemos que Heitor é livre e por isso admiramos a sua coragem.»

Ferrnando Savater, Ética para um Jovem, Ed. Presença, Lisboa, pp. 21-22

Adoro Ouvir Chover

Está agora a passar uma trovoada aqui por cima. Algumas pessoas ficam assustadas, mas eu adoro. Acho muito relaxante ouvir chover, ouvir os trovões, ver o clarão dos relâmpagos. Em miúda cheguei a ter medo da trovoada, mas agora gosto muito. Então quando posso estar em casa, sossegadinha, só a ouvir é mesmo bom! Assim que ouço um aumento da intensidade da chuva é ver-me a correr para a janela para ver!
Em resumo, estou feliz!

Baunilha e Chocolate - Carta VI (Última)

Milão, 20 de Junho

Querida Pepe,

O Luca está contigo, a Lucia e o Daniele estão comigo pela última noite. Amanhã a Sofia  vem buscar a nossa filha para umas férias de barco, no Mediterrâneo. Eu vou levar o Daniele ao aeroporto de Malpensa. Chega a Dublim num voo da Alitalia e dali vai ter a Galway de comboio. Na estação estará o Patrick, o filho mais velho de Mrs. Margareth O’donnell, que o levará até à quinta deles, a poucos quilómetros da cidade. Assim, vou ficar sozinho com a Priscilla, porque o teu pai também se foi embora. Tínhamos combinado ir a Roma juntos, eu para discutir uma oferta de trabalho na RAI, e ele para enfrentar a mulher.
À última hora não me apeteceu ir. Pensei que, no caso de se chegar a algum acordo, eu teria de me transferir para Roma. Francamente, não me apetece afastar-me dos miúdos cinco dias por semana. A Lucia, o Daniele e o Luca, até tu teres ido embora, não tiveram pai. Agora, por sorte minha e deles, já têm, e não tenciono voltar a repetir os erros do passado. Estou a descobrir o que significa amar verdadeiramente os próprios filhos. E sei que te devo isso a ti.
Estou contente por não teres conseguido encontrar a minha última carta. Era uma carta muito feia e não merecia ser lida. Se chegares a encontrá-la, rasga-a sem a abrires. Peço-te isso como um favor pessoal.
Soube há pouco pelos jornais que Raimondo Teodoli faleceu. Lemento por ti. Hoje de manhã li as cartas de Mortimer que tens guardadas na gaveta da escrivaninha. Não fui correcto, eu sei.  Já me perdoaste muita coisa. Se puderes, perdoa-me mais esta. Não fui motivado pela curiosidade, mas pelo desespero, pela necessidade de compreender. Amo-te mais do que tu acreditas.
Nestes últimos dias estive mais do que uma vez a ponto de te telefonar. Não o fiz apenas porque me proibiste de o fazer.
Abraça por mim o nosso pequenino.

Andrea

Citações XCIX

«Faça amizades com quem estiver pronto a censurá-lo.»

Nicolas Boileau

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Parabéns R.

O meu afilhado fez hoje 3 aninhos! Muitos parabéns meu querido! (Como é óbvio ele não lê isto, mas é simbólico, vocês percebem!)
Fomos todos jantar a casa dele e acreditem ele sozinho fez a festa, lançou os foguetes e apanhou as canas!!! Aquele miúdo tem uma energia que nunca mais acaba! Até fiquei cansada!

Finalmente!

Hoje finalmente terminou a saga da peça do puzzle perdida! Chegou hoje! Quando cheguei a casa do trabalho e vi o puzzle todo montadinho, sem faltar peça nenhuma até fiquei emocionada! Chegou durante a tarde, pelo correio, a minha mãe recebeu a carta e montou a peça!
Demorou mais de um mês (como eles tinham dito) mas acabou por chegar. Pedida num site inglês, veio de Espanha para cá. A viagem ainda foi grandita mas não se perdeu! Que alívio! Já pensava que ia ficar com o puzzle por acabar!
Agora só falta colar e depois pendurar na parede. Quando estiver todo lindo, no lugar de honra da sala eu posto a fotografia.

Baunilha e Chocolate - Carta V

Cesenatico, 15 de Junho

Querido Andrea,

Recebi a tua última carta num momento particularmente difícil. Deixei-a de lado para a ler quando estivesse um pouco mais serena. Agora já estou. Mas a tua carta desapareceu. Não consigo encontrá-la. Não imaginava que isso me incomodasse tanto. Mas as coisas são mesmo assim. Não queria ver-te nem falar contigo, mas as cartas eram e são uma maneira de dialogar civilizadamente à distância e conseguirmos dizer um ao outro aquilo que calámos em dezoito anos de casamento.
Há alguns dias atrás fui a Bérgamo, a casa de Raimondo Teodolli. Foi uma visita breve e traumatizante. Eu sabia que, em todos estes anos, ele não tinha deixado de me esperar, e queria dizer-lhe que não há nenhuma possibilidade de retomar uma história que acabou, porque a minha família é aquilo que eu tenho de mais importante. Encontrei um homem sofredor, gravemente doente. Não lhe disse nada. Amei-o pela sua dor. Sei que não voltarei a vê-lo.
Regressei aqui a meio da noite e não estava com disposição para ler a tua carta. Deixei-a de lado. Na manhã seguinte já não a encontrei. Vasculhei por todo o lado. Nada. Tenho pena.
Sei que tu, o meu pai e os miúdos estão aa arranjar-se muito bem. Isso consola-me.
Começo realmente a acreditar que era necessária uma separação efectiva para esclarecer um pouco as coisas entre nós. Não sei se teremos um futuro juntos. Mas tenho a certeza de que os meus filhos vão ter uma mãe mais responsável. Sofro com a falta deles. Peço-te que me escrevas depressa.

Penelope

Citações XCVIII

«Ninguém consegue apresentar durante muito tempo uma cara à multidão e outra a si próprio sem acabar por não saber qual delas é a verdadeira.»

Nathaniel Howthorne

quinta-feira, 26 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Há coisas que me irritam!

Porque é que existem pessoas que são más que nem cobras para os outros e depois esperam que os outros sejam uns amores de pessoas para elas? Porque é que as pessoas que não são capazes de fazer nada pelos outros são as que pensam que os outros têm que fazer tudo por elas?
E depois, pela frente, são todas sorrisinhos e amorosas e falinhas mansas e por trás falam mal dos outros como se não houvesse amanhã!
E porque é que eu tenho que aturar essa gente?!?

Alegoria da Caverna

«Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles: entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no género de tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.
- Estou a ver – disse ele.
- Visiona também, ao longo deste muro, homens que transportam toda a espécie de objectos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e de animais, de pedra e de madeira, de toda a espécie de lavor; como é natural, dos que os transportam, uns falam, outros seguem calados.
- Estranho quadro e estranhos prisioneiros são esses de que falas – observou ele.
- Semelhantes a nós – continuei -. Em primeiro lugar, pensas que nestas condições, eles tenham visto, de si mesmos e dos outros, algo mais que as sombras projectadas pelo fogo na parede oposta da caverna?
- Como não – respondeu ele -, se são forçados a manter a cabeça imóvel toda a vida’
- E os objectos transportados? Não se passa o mesmo com eles?
- Sem dúvida.
- Então, se eles fossem capazes de conversar uns com os outros, não te parece que eles julgariam estar a nomear objectos reais, quando designavam o que viam?
- É forçoso.
- E se a prisão tivesse também um eco na parede do fundo? Quando algum dos transeuntes falasse, não te parece que eles julgariam outra coisa, senão que era a voz da sombra que passava?
- Por Zeus, que sim!
- De qualquer modo – afirmei – pessoas nessas condições pensariam que a sombra dos objectos era a verdade.
- É absolutamente forçoso – disse ele.
- Considera pois – continuei – o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso sentiria dor, e o encadeamento impedi-lo-ia de fixar os objectos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objectos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objectos que passavam, o forçasse com perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objectos vistos outrora eram mais autênticos que os que agora lhe mostravam?
- Muito mais – afirmou.
- Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, para buscar refúgio junto dos objectos para os quais podia olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?
- Seria assim – disse ele.
- e se o arrancassem dali à força e o fizessem subir o caminho rude e íngreme, e não o deixassem fugir antes de o arrastarem até à luz do sol, não seria natural que ele se doesse e se agastasse, por assim ser arrastado, e, depois de chegar à luz, com os olhos encadeados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objectos?
- Não poderia, de facto, pelo menos de repente.
- Precisava de se habituar, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior [que está fora da caverna]. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objectos, reflectidas na água, e, por último, para os próprios objectos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da lua, mais facilmente do que se fosse o Sol e o seu brilho de dia.
- Pois!
- Finalmente, julgo eu, seria capaz de olhar para o Sol e de o contemplar, não já a sua imagem na água ou em qualquer sítio, mas ele mesmo, no seu lugar.
- Necessariamente.
- Depois já compreenderia, acerca do Sol, que ele é que causa  as estações e os anos e que tudo dirige no mundo visível, e que é responsável por tudo aquilo de que eles viam um arremedo [no interior da caverna].
- É evidente que depois chegaria a essas conclusões.
- E então? Quando ele se lembrasse da sua primitiva habitação, e do “saber” que lá possuía, dos seus companheiros de prisão desse tempo, não crês que ele se regozijaria com a mudança e deploraria os outros?
- Com certeza.
- E as honrar e elogios, se alguns tinham então entre si, ou prémios para o que distinguisse com mais agudeza os objectos que passavam, e se lembrasse melhor quais os que costumavam passar em primeiro lugar e quais em último, ou os que seguiam juntos, e àquele que dentre eles fosse mais hábil em predizer o que ia acontecer – parece-te que ele [que havia sido libertado] teria saudades ou inveja das honrarias e poder que havia entre eles, ou que experimentaria os mesmos sentimentos que em Homero, e seria seu intenso desejo “servir junto de um homem pobre, como servo da gleba” e antes sofrer tudo do que regressar àquelas ilusões e viver daquele modo?
- Suponho que seria assim – respondeu – que ele sofreria tudo, de preferência a viver daquela maneira.
- Imagina ainda o seguinte – prossegui eu. – Se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?
- Com certeza.
- e se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros, no período em que ainda estava ofuscado, antes de adaptar a vista – e o tempo de se habituar não seria pouco – acaso não causaria o riso, e não diriam dele que, por ter  subido ao mundo superior estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?
- Matariam, sem dúvida – confirmou ele.»

Platão, República, 514ª-517ª, Ed. Calouste Gulbenkian, Lisboa

Baunilha e Chocolate - Carta IV

30 de Maio

Querida Penelope,

Estive calado durante alguns dias na tentativa de digerir a tua traição. Não consegui. Passou a fúria, mas não a amargura. Sei que nunca te facilitei a vida, mas que necessidade havia, ao fim de tanto tempo, de me dizeres que te apaixonaste por um homem fantástico? Só o rancor te pode ter levado a esta confissão tardia. Se a tua revelação não foi ditada pela perfídia, o que te levou a fazê-lo?
Tenho sido um companheiro transgressor e um pai ausente. É verdade. Talvez a tua fuga fosse mesmo necessária. Tive oportunidade de pensar, de reflectir, de procurar em mim próprio as razões de tantas atitudes minhas infantis e tolas. Compreendi como te feriram os meus ataques de fúria, a minha incapacidade de ter um confronto razoável contigo e com os nossos filhos. Até percebi a causa de certos comportamentos irracionais que agora, a custo, tento controlar. Se não tivesses ido embora, deixando-me perante os factos, em vez de palavras, provavelmente não chegaria nunca a tomar consciência de um mal-estar que vem de longe. E, portanto, estou-te muito grato por isso.
Mas se é verdade que, durante anos, te feri e te humilhei, é igualmente verdade que tu retribuíste as minhas culpas disparando sobre mim à queima-roupa, como um assassino impiedoso. Deixaste-me definitivamente prostrado.
Minha muito amada Penelope, tenho de dizer uma verdade irrefutável: só amei uma mulher. Tu. E perdi-te para aquele detestável Raimondo Maria Teodoli de San Vitale, que um raio o fulmine.
Neste momento, se ainda consideras que erraste por o teres deixado a ele para continuares a viver comigo, estou pronto para te dar o divórcio, assumindo todas as culpas.
Não quero chegar à idade do teu pai contigo a fugir para seguires um amor antigo.

Andrea

Citações XCVI

«Devíamos olhar demoradamente para nós próprios antes de pensarmos em julgar os outros.»

Molière

terça-feira, 24 de maio de 2011

Baunilha e chocolate - Carta III

Cesenatico, 26 de Maio

Querido Andrea,

Reflecti muito antes de responder à tua carta, que me comoveu pela franqueza com que a escreveste. Finalmente decidi: com a mesma serenidade, tenho de te contar aquilo que calei durante tanto tempo, mesmo tratando-se de uma história acabada, que pertence ao passado.
Há alguns anos encontrei um homem por quem me apaixonei. Houve um momento em que cheguei mesmo a pensar deixar-te. É  Raimondo Teodoli, mais conhecido por Mortimer. São suas as cartas que encontraste na gaveta da minha escrivaninha. É uma história que acabou há  sete anos. Não te traí por me dares pouca atenção. Aconteceu, simplesmente, porque o destino me fez encontrar um homem fantástico. Amei-o apaixonadamente. Deixei-o ao fim de um ano de dúvidas e sofrimento, porque estava convencida de que tu eras o homem da minha vida.
Quis dizer-te isto para esclarecer melhor a nossa relação. Se a história de Gemma e da tua família, guardada durante tanto tempo, te tem causado desconforto e, por consequência, também a mim e aos nossos filhos, talvez tenha chegado o momento de a contares.
Sei que tens encontrado muitas dificuldades, mas espero que as resolvas com a ajuda dos miúdos.
Espero notícias.

Penélope 

Palestiniano Dá Vida a Quatro Israelitas

Estava a folhear umas coisas que tinha lá por casa e encontrei isto. Achei que devia partilhar. Pode ser que inspire alguém.

«”O meu coração é árabe”, poderá afirmar Cohen, salvo por Mazen Julani, morto por um colono.

Um palestiniano, morto por um colono, deu a vida a quatro israelitas. A família de Mazen Julani, oriundo de Hebron, afirma que a doação dos seus órgãos “foi simplesmente um acto humanitário” e não uma mensagem política.
A situação não é inédita, mas assume um especial significado quando ocorre num momento em que o ódio, raiva e dor parecem afastar cada vez mais os dois povos. Julani, de 32 anos, encontrava-se no café Shalom (Paz) em Jerusalém Oriental quando um colono, que se fazia transportar num Toyota, disparou com uma arma automática atingindo-o na cabeça, escapando depois na direcção dos colonatos de Pisgat ou Anatot, segundo testemunhas oculares citadas pelo El País.
No hospital Hadassa de Jerusalém, onde mazen entrou em estado de morte cerebral, a família foi contactada para doar os órgãos do jovem farmacêutico, casado e pai de três filhos. O coração foi dar vida a Yigal cohen, de 34 anos, residente em Jerusalém Ocidental; os seus pulmões foram para um israelita de 62 anos; o fígado destinou-se a outro de 61 anos, o pâncreas e um rim foram para uma israelita de 30 anos e o outro rim para um jovem israelita de 13 anos.
Tamar Ashkenazi, coordenador do Centro de Transplantes de Israel, afirmou que as cirurgias tinham corrido bem e que os doentes estavam a reagir.
“Todos os seres humanos fazem parte de uma mesma família e somos iguais” afirmou Lufti Julani, de 72 anos, pai de Mazen, e adianta: “doei os órgãos do meu filho para salvar a vida de outros, independentemente de serem judeus, cristãos ou muçulmanos, apesar do meu filho ter sido morto pela bala de um colono”.
Devid cohen, pai do receptor do coração de mazen, não escondeu ter ficado “muito surpreendido” com o gesto: “… realmente comovente, especialmente nestes dias quando as relações são tão tensas. Esta nobre família chega a ensinar-nos que é possível fazer as coisas de modo diferente.”
Cohen disse ainda que gostaria de conhecer os pais e irmãos de Mazen. A visita ocorreu há dois dias: a filha mais velha de Mazen, de quatro anos e meio, não soube nem percebeu a razão daquela ida a uma casa estranha: ninguém lhe disse que o pai fora morto por um colono, mas que “foi viajar e quando vier traz-te uma prenda.”»

Lumanea Raposo, Diário de notícias, 9 de Junho de 2001

Este é um grande exemplo de boa vontade. Se todas as pessoas fossem assim grande parte das guerras acabariam por falta de combatentes! É um exemplo que deve ser aplaudido!

Citações XCV

«Mais vale um bom amigo do que um tesouro que deixarias encher-se de bolor em qualquer buraco.»

Menandro

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Baunilha e Chocolate - Carta II

24 de Maio

Querida Penelope,

Li a tua carta uma infinidade de vezes. Estou surpreendido e magoado. Nunca esperaria de ti uma pancada assim. Conheço a tua honestidade, por isso sei que escreveste sinceramente aquilo que pensas. Mas, com a mesma sinceridade, devo dizer-te que não sou o monstro que descreves.
Hoje de manhã, quando acordei e não te encontrei, senti-me como uma criança abandonada.
Depois, comecei a reflectir.
Naquele dia comportei-me como um imbecil, insistindo em negar a estúpida história com a Stefania e destruindo o vidro da porta.
Foi sempre o medo de te perder que me fez reagir com violência. Os modelos da família de que provenho devem ter tido o seu peso nisto tudo. Não é uma justificação, é uma exlicação.
Depois de ler a tua carta, pensei que tinha enlouquecido. Precisei de várias horas para perceber que só um grande sofrimento te poderia ter empurrado para uma decisão tão drástica.
Proibiste-me de te ir buscar. Recusas-te a falar comigo ao telefone. Em suma, puseste-me de castigo. Espero sinceramente demonstrar-te que posso mudar.
Pela primeira vez, creio ter sido sincero com os nossos filhos. Tive de o ser porque aquelas três pestes me fizeram compreender claramente que me consideram responsável pela tua fuga. Posso não lhes dar razão?
Querida Pepe, fiz-te sofrer, mas nunca deixei de te amar.
Lembro-me de quando fomos a Verona. Tu estavas grávida de Lucia.
Era Janeiro. Estava tanto frio que puseram um aquecedor no nosso quarto de hotel.
Eu tinha de entrevistar Patty Pravo, que não compareceu ao encontro, mandando dizer-me pelo seu agente que estava cansada e tinha dores de  cabeça. Fui ter contigo ao restaurante, à hora de jantar. Estava muito aborrecido. Um maître eficientíssimo propôs-nos um «bacalhau em estufado lento sobre cama de polenta». A descrição fascinou-nos.  No fim da refeição eclipsaste-te por causa de um telefonema. Depois regressaste à mesa com um ar triunfante.
- O café, vamos tomá-lo no hotel – anunciaste. – Patty Pravo está à tua espera no bar.
Entraste como autora de letras no mundo da música ligeira e abandonaste-o rapidamente, mas conservaste algumas amizades. Patty Pravo era uma delas. Naquele momento irritei-me porque tinhas conseguido uma coisa em que eu tinha falhado. Depois, prevaleceu a gratidão. Fiz a mina entrevista e escrevi uma boa peça.
Naquele dia, ao fim de um passeio entre a Igreja de santa Anastasia e a praça Bra, entrámos na loja de um antiquário.
Ofereci-te um pequeno colar do século XIX, feito com pérolas e granadas ligadas por uma malha de ouro escuro. Usaste-o até ao momento do parto. Depois nunca mais o vi. O que lhe aconteceu?
Regressámos ao nosso lindíssimo quarto, cheios de frio e felizes. Enfiámo-nos por baixo dos cobertores de lã e, para te aquecer, apertei-te nos meus braços até que adormeceste. Então levantei-me e afastei a cortina da janela. Vi que estava a nevar. Acordei-te.
Ficámos atrás dos vidros, abraçados, a olhar o espectáculo dos flocos brancos que caíam, silenciosos.
A praça, os carros estacionados, os telhados das casas, tudo ia ficando branco. E nós os dois, muito juntos, com o coração a rebentar de felicidade, sussurrávamos  um ao outro palavras de amor.
Os problemas, entre nós, começaram depois. Quando nasceu a Lucia, passavas os dias e as noites com ela nos braços. Já não tinhas tempo para mim. Senti-me excluído. Em casa apareciam a toda a hora a tua mãe e as tuas amigas. Passavas horas a conversar com elas e a fazer festas à menina. Comigo falavas a custo.
Passavas mais tempo com a Sofia do que comigo. Sempre soubeste da hostilidade que há entre nós os dois. Ela considera-me vazio, e eu sei que ela é uma presunçosa da pior espécie. Nunca percebi como podes ser amiga daquela palerma, de horizontes e aspirações limitadas. Falo da Sofia porque tive a suspeita de que pudesse ter pesado na tua decisão de partir. Depois de tudo, não poderíamos olhar-nos nos olhos, tu e eu, e esclarecer honestamente os nossos problemas? Não, não podíamos. Lembro-me de quantas vezes tentaste ter uma conversa séria comigo, sem nunca teres conseguido, porque eu tinha medo de enfrentar isso.
Só agora me dou conta de como são problemáticos nossos filhos e sei que tenho as minhas responsabilidades em tudo isto. Ia escrever : «as minhas culpas», mas ainda não consigo. Estou a sofrer mais do que imaginas. Deixaste-me perante um mar de problemas que não sei como enfrentar. Para não falar das questões práticas que para ti, certamente, são banalidades. Pensa no zoo desta casa, por exemplo. Quantas vezes por dia é preciso levar o cão à rua? É mesmo necessário que durma na cama com o Luca? Como é que se prepara a comida dele? O Cip e o Ciop, como é que se trata deles? Achas que a Priscilla sabe alguma coisa disso? E os peixes? Luca disse-me que a fêmea vermelha está grávida e que é preciso prepara no aquário uma rede para isolar os peixinhos, para evitar que os grandes os comam. Isto é o que diz o Luca. Será verdade? E onde é que eu vou encontrar a rede? Por sorte, é o Daniele quem se ocupa pessoalmente da Igor, aquela cobra nojenta. Depois há os outros problemas todos: o psicólogo e as aulas de flamenco da Lucia, o infantário e as aulas de natação do Luca, a aversão de Daniele em relação à escola. O que devo fazer? Bater-lhes ou fazer-lhes festas? Com a tua mãe já percebi que não posso contar. Em relação à minha, é melhor nem falar. Pepe, meu amor, que ideia foi a tua? Como é que vamos sobreviver sem ti? Sempre soube que rãs preciosa. Agora sei como és indispensável. És a mulher da minha vida. Amo-te e estou pronto para tudo, se puder recuperar o teu amor. Dá-me notícias tuas, por favor.
Vou mandar esta carta em correio urgente. Quero que a recebas depressa.
Um beijo.

Andrea

P.S. 1
Esta noite o Luca teve uma crise de asma e tive de o levar à urgência. Agora está bem. O médico de servilo aconselhou-me a falar com um psicólogo, porque a sua perturbação é psicossomática, não fisiológica, e é causada pela relação problemática dos pais. Sabias disso?
P.S. 2
Quem é o Mortimer? Encontrei um maço de cartas dele. Não as li.
P.S. 3
Qualquer dia conto-te a história da Gemma. Acho que o facto de ter tentado esquecê-la me fez mal. Indirectamente, prejudicou-te também a ti e aos nossos filhos.

Citações XCIV

«Temos de aprender a viver todos como irmãos ou morreremos todos como loucos.»

Martin Luther King

domingo, 22 de maio de 2011

Citações XCIII

«Deixar de fumar é a coisa mais fácil do mundo. Sei muito bem do que se trata, já o fiz cinquenta vezes.»

Mark Twain

Baunilha e Chocolate - Carta I

24 de Maio, Domingo

Querido Andrea, desgraça da minha vida,

Tantas vezes ameacei ir embora, e nunca o fiz. Agora, vou-me embora. Sabes como sou lenta, mas tenaz, nas minhas decisões.
Em dezoito anos de casamento fui medindo o teu egoísmo, a tua capacidade de mentir, os teus medos, a tua infantilidade.
Não quero saber como te vais arranjar sem mim, uma vez que, sozinho, não és sequer capaz de abrir uma lata de cerveja.
Se  quiseres sobreviver, vais aprender a ocupar-te de ti próprio, dos nossos três filhos, do zoo da casa. Não vai ser tarefa fácil dar ordens à empregada, que tu amavelmente defines como «a cretina», nem entenderes-te com a irmã Alfonsina, que nos ameaça com o castigo perpétuo se não baptizarmos o pequeno Luca, com a tua mãe, que desaparece de casa dia sim dia não e depois é preciso esquadrinhar a cidade para a encontrar, com o psicólogo da Lucia, com o Daniele, com brincos por todo o lado e que, aos quinze anos, ainda faz chichi na cama, com as contas que há para pagar nos Correios e as que há para pagar no banco, com os justificativos do IRS e com a lista diária das compras. Vais ter de andar de um lado para o outro, entre a escola e o infantário, entre a aula de judo para o Daniele, a piscina municipal para o Luca e a escola de dança para a Lucia. Vais ter de arranjar um canalizador para o autoclismo que verte e que neutralizar legiões de formigas gigantes que saem de um buraco na varanda e que são refractárias a todo e qualquer veneno.
Vais ter de enfrentar tudo isto e mais ainda, porque eu não vou estar aí a tentar, inutilmente, tapar as  fendas de um barco destinado ao naufrágio.
Pergunto a mim própria como conseguirás encontrar o tempo e a vontade para praticar os teus desportos favoritos: as mentiras, as traições, o desinteresse pelos nossos filhos.
Tirando um breve e maravilhoso parêntesis, que se passou há muito tempo, fui durante anos a  escrava devora de um patrão arrogante.
Sei que fui tua cúmplice neste jogo perverso e sei que suportei ofensas e injustiças porque tinha medo de ficar sozinha.
No fim de tudo, a tua falta de respeito foi mais forte do que o meu medo da solidão.
A minha condição é idêntica à de milhões de outras mulheres. Somos todas vítimas conscientes e vivemos na esperança de um amanhã melhor, de um golpe de magia que consiga mudar a situação.
Quantas vezes, cansada de engolir sapos, tentei demover-te do teu egoísmo. Foi tudo inútil. Compreendi  que as palavras não servem de nada, escorrem como a água. O que conta são os factos. Por isso decidi agir.
Ao fim de dezoito anos de casamento, já não me fascinas.
Como poderia imaginar que o homem por quem me apaixonei era apenas uma criança que se recusa a crescer?
Quando nos casámos, eu era demasiado jovem e insegura para compreender isso.
Culpa minha, da minha necessidade de ser aprovada por toda a gente, sobretudo pela minha mãe. Ela queria para mim um marido tradicional. Eu fiz-lhe a vontade.
E encontrei como companheiro o típico macho tirano que põe e dispõe da mulher, enquanto que os nossos filhos são aquilo que me poderia acontecer de mais complicado Ninguém se conforma com as suas próprias derrotas e não há dúvida de que a Lucia, o Daniele e o Luca são a prova do meu fracasso. Mas já não tenho vontade de me sentir culpada por isso. A partir de hoje, vais ter de te entender com eles.
Amo-os apaixonadamente, como te amei a ti. Deixo-os com dor e afasto-me de ti com um sentimento de libertação.
Já não suporto a tua duplicidade, o teu narcisismo, o teu falso papel de pai-companheiro, generoso, compreensivo, que compra para os filhos os presentes que eu lhes nego, que ouve as suas mentiras, grandes e pequenas, com uma benevolência que não te pertence.
Tu és o pai bom, eu sou a mãe má. Tu és o que permite, eu sou a que proíbe.
De cada vez que ouso encostar-te à parede, ficas furioso e partes tudo aquilo a que deitas a mão.
A fúria é a única resposta que sabes dar quando te chamo às tuas responsabilidades. Depois vais-te embora, batendo com a porta de casa. Houve um tempo em que temia que não voltasses. Eu era  a vítima que tem medo de ser abandonada pelo próprio carrasco. Escondi piedosamente a tua infantilidade aos nossos filhos, mas eles perceberam e estão confusos e perdidos.
Desgraça da minha vida, não imaginas o rancor que acumulei e a dor que me causa abandonar os meus filhos. Ai de ti, se não tomares conta deles. Vou para Cesenatico, para casa da minha avó, porque preciso de estar sozinha.
Diz aos nossos filhos que me podem telefonar em qualquer altura, quer para o telemóvel, quer para casa. Naquilo que te diz respeito, porém, deves aparar o meu jogo e fazer de conta que fiz umas férias para descansar. Não penses em vir buscar-me. Se o fizesses, digo-te já que voltaria apenas para levar as crianças e deixar-te para sempre. Por isso, se queres à nossa família, não fales nem apareças.
Agora estás sozinho com as tuas responsabilidades e, pela primeira vez, com os teus filhos. Espero que se possam ajudar uns aos outros.

Penelope

Baunilha e Chocolate

Não sei se já leram o livro Baunilha e Chocolate da Sveva Casati Modignani. Eu li já uns anos e foi um dos que já reli algumas vezes. Hoje andava a remexer as minhas estantes e dei de caras com ele e lembrei-me das cartas que os personagens trocam entre si. Os senhores responsáveis pelos Direitos de Autor que me perdoem mas eu vou ter que partilhar.


«Baunilha e chocolate: um contraste de cores e de sabores... que, no entanto, combinam muito bem. Como acontece, por vezes, no amor. Como aconteceu com Penelope e Andrea, duas pessoas de carácter e sensibilidade muito diferentes que, apesar disso, se amaram, casaram, tiveram três filhos e juntos partilharam os altos e baixos de um casamento que dura já há dezoito anos. Mas a certa altura a mágica alquimia quebra-se: Penelope, cansada das muitas e mal disfarçadas traições do marido, desiludida com o seu comportamento egoísta e infantil, abandona-o para reflectir sobre a forma de salvar a sua união e para o deixar a braços com os mil e um problemas da família, que até àquele momento caíram apenas sobre os seus ombros. Agora é a vez de ele superar as dificuldades. Para Andrea é um choque, porque, no fundo, nunca deixou de considerar Penelope como a única mulher da sua vida, aquela com quem pode sempre contar. Para ambos, a separação é a oportunidade para fazerem um balanço das respectivas existências, para olharem para dentro de si mesmos com uma sinceridade impiedosa e para reviver o próprio passado, tentando compreender a causa de tantos erros e de tantas escolhas mal feitas. Mas neste percurso penoso, emerge pouco a pouco aquilo que ambos sempre souberam: o amor que os uniu ainda está vivo. Ferido, maltratado, resistiu aos assaltos do tempo e pode ainda gerar alegria e felicidade.»

sábado, 21 de maio de 2011

Hipnose

Agora mesmo abri um livro acerca de terapias naturais que estava a servir de base para o rato do notebook (!!!) exactamente no capítulo acerca de hipnoterapia e lembrei-me de um episódio engraçado que decidi partilhar.
Eu pessoalmente nunca soube muito bem o que pensar acerca da veracidade da hipnose. Já ouvi muitas coisas acerca do assunto, pessoas que acreditam piamente, pessoas que têm a certeza que é tudo uma fantochada. Eu não sei o que pensar, o que talvez também me tenha levado a achar esta história fascinante e a não me ter esquecido dela.
Como já disse várias vezes tirei o curso de Fisioterapia, o que implica três cadeiras de Psicologia. Na minha faculdade havia uma professora de Psicologia de quem eu gostava particularmente, devido às suas aulas dinâmicas e exemplos retirados da sua prática clínica que nos ajudava sempre a compreender melhor as coisas. Até hoje lembro-me de muitos dos seus exemplos, no entanto a maior parte da matéria já mora num local recôndito do cérebro ao qual não tenho acesso muitas vezes.
Mas bem, passemos à situação que ela nos contou numa das suas aulas. Esta professora contava que durante o seu curso tinha um professor que praticava a hipnose, o que provocava nos seus alunos um misto de reacções uma vez que é um assunto bastante polémico. Bem, um dia o professor decide fazer uma manifestação de hipnose para que eles passassem a acreditar. Para não o acusarem de ser tudo devido ao poder da sugestão escolheu o aluno mais céptico em relação ao assunto. Fez aquilo que tinha a fazer para o hipnotizar e quando achou que já estava cravou-lhe uma estaca de ferro na mão, de um lado ao outro!!!!! E ele não sentiu dor absolutamente nenhuma!!!!!
Impressionante, não é? Eu debato-me com a possibilidade de tal coisa acontecer. O que é certo é que existem médicos que usam a hipnose como método anestésico durante pequenas cirurgias. Sinceramente, isto deixa-me a pensar!

Inexplicável

Desde que aprendi a ler que devoro livros, uns atrás dos outros. Acho que já perdi a conta à quantidade de vezes que reli alguns dos que tenho cá em casa. Alguns deles tenho a certeza que vou voltar a reler, porque tenho a mais firma opinião que alguns livros merecem ser lidos vezes sem conta.
Mas acontece que tenho um na mesa de cabeceira há uns meses e não o consigo ler. Simplesmente não consigo. Já li dois do mesmo autor e achei muito bons, mas este não consigo. Não sei porquê, uma vez que o resumo até parece ser prometedor. É inexplicável!
Já li vários nesse intervalo de tempo, que gostei muito e consegui ler em tempo recorde (sim, porque eu quando uma história me começa a apaixonar deixo de ler para passar a devorar), mas este pura e simplesmente não consigo!
Acho que vou fazer mais uma tentativa, vamos ver se será desta!

Prepotência

Hoje estava a ler um artigo acerca da alimentação infantil numa revista de saúde que eu costumo ler e que acho que até é bastante interessante e tem artigos bastante correctos do ponto de vista científico mas também acessíveis à compreensão de qualquer pessoa leiga na matéria. 
Até aqui nada de estranho, a verdadeira razão que me levou a vir aqui falar disto foi uma barbaridade que por lá li, perdida no meio do artigo. Os senhores afirmavam que qualquer mulher que decida não amamentar é uma irresponsável e não preza a saúde do seu filho.
E eu penso "o quê?!?!?!", mas quem é que esta gente pensa que é? É verdade que o melhor alimento para um recém-nascido é o leite materno, o mais saudável e tal, sim, já todos sabemos. Mas que eu saiba cada mulher tem o direito de tomar decisões em relação ao seu próprio corpo sem ninguém a condenar por isso, ou não? Ninguém é obrigado a fazer uma coisa que não quer só porque alguns tipos decidem que deve ser assim!
Eu não tenho filhos (ainda bem!), mas diz quem tem que amamentar pode ser bastante desconfortável, se não  mesmo doloroso. Assim sendo, só o deve fazer quem realmente quer, as mulheres que não querem, felizmente, hoje em dia, têm alternativas bastante viáveis e bastante saudáveis, ao contrário do que esses senhores apregoam.
E podem dizer o que quiserem, que é um laço que se desenvolve entre mãe e filho e mais isto e aquilo, que eu não caio nessa treta. As crianças gostam de quem lhes dá carinho, as alimenta, brinca com elas. Não é por dar biberão em vez de mama que o bebé vai criar menos laços ou vai ser menos feliz. 
Eu se tivesse filhos (é aqui que bato três vezes na madeira!) também não amamentava, podem ter a certeza. E pode vir quem vier, o senhor especialista na matéria (sim, que por sinal é homem, ou seja, não sabe o que é amamentar), a Rainha de Inglaterra, o Papa, ou quem quer que seja que eu continuo a dizer que no meu corpo quem manda sou eu, e ninguém tem o direito de opinar acerca disso!
Tenho dito!

Citações XCII

«A arte de viver é mais parecida com a luta do que com a dança, na medida em que está pronta para enfrentar tanto o inesperado como o imprevisto e não está preparada para cair.»

Marco Aurélio

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Citações XCI

«O amor é o espaço e o tempo tornados sensíveis ao coração.»

Marcel Proust

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Citações XC

«Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem é temporário; o mal que faz é permanente.»

Mahatma Gandhi

quarta-feira, 18 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

Será que é desta que vou engordar?

Ontem à noite fiz um paté de atum que está uma  maravilha. Está mesmo bom! É certo que enquanto ele durar eu vou andar sempre a caminho do frigorífico para comer "só mais um bocadinho"! 
Será que é desta que eu vou engordar?!?! É que vocês não sabem, mas eu devo ter um distúrbio qualquer que faz com que eu não engorde! A sério! Eu como todas as porcarias hipercalóricas que possam imaginar, passo semanas na ronha em que não faço exercício nenhum e não engordo. Aliás ultimamente até tenho emagrecido! O último par de calças que comprei teve que ser um número abaixo daquilo que costumo usar!
Vamos ver se consigo continuar com esta proeza!!!!

São Pedro Passou-se!!

Depois de termos tido um calor arrasador durante uma série de dias, agora vem a chuva.
Ultimamente tem estado tanto calor que eu até perdi a vontade para fazer o que quer que seja. Agora veio a chuva e não dá para fazer grande coisa na rua!
Definitivamente São Pedro perdeu um ou dois parafusos!!!!

Citações LXXXVIII

«A amizade é o amor sem asas.»

Lord Byron

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Isto é Contagioso!!!

Em 10 minutos já li 3 posts sobre o José Castelo Branco em 3 blogs diferentes!!!!! O homem é ridículo, ninguém lhe acha graça nenhuma, mas o que é certo é que toda a gente fala dele! Ou seja, ele atinge o seu objectivo.
Vêem, até eu já estou a falar dele, e eu até tenho alergia ao homem, desenvolvo urticaria quando o vejo na televisão a fazer palhaçadas! Isto é mesmo contagioso!!!!

Citações LXXXVII

«Não há amigos, apenas há momentos de amizade.»

Jules Renard

domingo, 15 de maio de 2011

E o vencedor é......

... o Azerbeijão! Aquilo sim era uma música para o Festival da Canção. Não me perguntem se era efectivamente a melhor, porque sinceramente só vi o final das votações, o suficiente para ver que eles tinham ganho. Vi a actuação final deles, enquanto vencedores, e com certeza que o entusiasmo foi o responsável por uma ou outra desafinação. Mas o que está aqui em questão não é se eles eram excelentes a cantar, mas sim a adequação da sua interpretação.
Portugal, vejam lá se aprendem alguma coisinha sobre as músicas que têm possibilidade de ganhar a Eurovisão. Estava mais que visto que os Homens da Luta não tinham perfil para a Eurovisão.

Citações LXXXVI

«O aluno a quem nunca se pediu para fazer o que não é capaz, nunca faz aquilo que realmente consegue fazer.»

John Stuart Mill

sábado, 14 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Citações LXXXIV

«A fama não é uma planta que cresce em solo mortal.»

John Milton

Finalmente Fumo Branco!!!

Finalmente temos blogger de novo! Estava a ver que tínhamos que ir todos de férias forçadas! Afinal já temos actividade de novo! Mas perdi um post! O que importa é que não era nada de brilhante!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Citações LXXXIII

«A nossa tarefa não é consertar os erros do passado, mas sim  preparar o caminho para o futuro.»

John Fitzgerald Kennedy

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Citações LXXXII

«A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade.»

John Fitzgerald Kennedy

terça-feira, 10 de maio de 2011

Eliminação da Eurovisão

Portugal, com os seus Homens da Luta, lá foi eliminado do Festival da Eurovisão. É uma clara derrota, já que ultimamente Portugal tem sido sempre sido votado para ir até à final. É uma derrota para Portugal, uma derrota para os Homens da Luta e, principalmente, uma derrota para as pessoas que os seleccionaram para representar Portugal.
Sinceramente não tenho nada contra os senhores, mas penso que para um Evento com a história que o Festival da Eurovisão tem deveria ter sido seleccionado um representante mais apropriado. Nem sequer está em causa se eles são bons ou não, ou se a sua causa é ou não meritória. O que está em causa é que o perfil deles não era adequado para o Festival. Era a mesma coisa que levar o Emanuel ao Super Bock Super Rock.
Mas isto é a minha opinião, que vale o que vale!!!

Placas Desmotivacionais

Podem ver o artigo original aqui.

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Esculturas em Bananas

Eu já vi muita coisa estranha nestes 23 anos que por cá ando, mas nunca tinha visto nada assim. Esculturas em bananas!!!! Mas quem é que se vai lembrar de uma coisa destas!?!?!

Podem ver o artigo original aqui.

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Citações LXXXI

«Todos se dizem amigos; mas doido é quem acredita; nada há de mais banal que esse nome; nada é mais raro que isso.»

Jean de la Fonteine

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Citações LXXX

«Não há mentira pior do que a verdade mal compreendida por aqueles que a ouvem.»

Henry James

domingo, 8 de maio de 2011

Citações LXXIX

«São precisas duas pessoas para falar a verdade, uma para falar, e outra para ouvir.»

Henry David Thoreau

sábado, 7 de maio de 2011

Sumos Contra a Alzheimer

Artigo escrito pelo Dr. Humberto Barbosa, Especialista em Nutrição e Longevidade e Fundador da Clínica do Tempo, publicado na revista Saúde e Bem-Estar de Abril de 2011.

Sabe sempre bem beber um sumo de fruta natural. Já sabíamos que a saúde agradece a ingestão de sumos naturais, mas as mais recentes pesquisas demonstram que os sumos de frutas e de vegetais podem reduzir em 76% o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

A pesquisa foi feita pela Faculdade de Medicina Vanderbilt, nos Estados Unidos, envolvendo quase duas mil pessoas ao longo de 10 anos. O resultado foi inequívoco: as pessoas que beberam sumos de frutas e vegetais mais de três vezes por semana reduziram o risco de Alzheimer em 76%, contra aquelas que não beberam sumos mais do que uma vez por semana.
Os investigadores de Seattle acreditam que os polifenóis, que são encontrados em grande quantidade nas frutas e nos legumes, podem interromper o processo de acumulação de uma proteína no cérebro, a proteína beta-amilóide, que se crê estar associada à doença de Alzheimer. Estes antioxidantes podem fornecer protecção contra a doença, neutralizando os efeitos dos radicais livres. Na verdade, não são as vitaminas anti-oxidantes, como a E, a C e o Beta Caroteno, encontradas nas frutas e legumes, que fornecem esta protecção, mas sim os polifenóis.
A doença de Alzheimer é a forma de demência mais comum e afecta actualmente mais de 13 milhões de pessoas em todo o mudo, o que torna uma excelente notícia esta investigação que aponta no sentido de os sumos naturais diminuírem a probabilidade de desenvolver a doença.
Uma limitação desta investigação é não haver informação sobre tipos específicos de sumos de vegetais mais indicados para o efeito, pelo que idealmente de deverá utilizar diversos tipos de legumes, como a beterraba, o aipo, o pepino e a alface, entre outros, que dão bebidas muito agradáveis, principalmente quando misturados com frutas de travo doce, como a maçã. 
O que também é interessante é o facto de ser o sumo da fruta que faz a diferença, e não a fruta comida inteira, porque quando é feito o sumo tudo é aproveitado, desde a casaca às sementes, tornando a bebida mais rica em antioxidantes. 
O ideal é fazer os sumos em casa e bebê-los de imediato, mas também há benefícios em sumos naturais comprados já feitos, desde que sejam mesmo naturais e sejam 100% sumo de fruta. O tipo de fruta parece não ser o mais importante nesta questão, pelo que é possível escolher a fruta que mais nos agrada, ou ir alternando os sumos.
Claro que é necessário encarar este estudo com precaução, pois é necessário haver mais investigação que fundamente estas conclusões. No entanto, mesmo em termos alimentares e nutricionais, consumir muita fruta e vegetais só traz benefícios à saúde. 
Resumindo, podemos tomar medidas preventivas contra a Alzheimer através de alterações do estilo de vida e de alimentação, neste caso através do consumo de um copo de sumo pelo menos três vezes por semana. Isto significa quatro vezes menos risco de desenvolver Alzheimer, como defende o investigador Qi Dai, responsável pelo estudo.
Se o sumo de vegetais ou fruta for ingerido apenas uma ou duas vezes por semana só há uma diminuição de 16% no risco de desenvolver a doença.
É importante notar que este estudo foi efectuado apenas a cerca de duas mil pessoas e foi confinado a um grupo populacional particular, de nipo-americanos, sendo necessário mais pesquisa para fundamentar a investigação. Contudo, uma dieta rica em frutas e vegetais em geral é considerada, sem dúvida, benéfica para a saúde.
Porém, novos estudos levados a cabo em 2010 referem que o sumo de maçã pode prevenir a demência e senilidade. A investigação foi feita no Centro de Neurobiologia Celular, nos Estados Unidos, e envolveu estudos de laboratório que demonstram que beber sumo de maçã ajudou ratinhos a ter melhores prestações em testes de labirinto do que ratinhos que não consumiam este sumo. Os ratinhos consumiram o equivalente a dois copos de sumo de maçã por dia durante um mês, o que levou a uma menor produção de um pequeno fragmento de proteína chamado beta-amilóide, responsável pela formação de "placas senis" normalmente encontradas no cérebro de indivíduos que sofrem a doença de Alzheimer.
Quando se diz que os frutos vermelhos fazem bem à saúde, não é um mito, nem é por estes frutos serem bonitos e românticos. Na verdade, os frutos vermelhos fortalecem a memória e podem evitar doenças degenerativas. Tudo por causa de um flavonóide chamado fisetina, que bloqueia a perda de neurónios, as células do cérebro, que provocam doenças como a que temos tratado neste artigo: o Mal de Alzheimer.
O estudo que levou a estas conclusões foi feito na Califórnia, pelo Salk Institute for Biological Studies, revelando que a fisetina, presente nos frutos vermelhos, principalmente no morango, estimula a área cerebral que é responsável pela memória de longo prazo, protegendo o cérebro de doenças degenerativas, como a  Alzheimer e a Esclerose Múltipla. Pamela Mahler, responsável pela pesquisa, descobriu que alguns flavonóides presentes nas frutas vermelhas, incluindo a fisetina, induzem o amadurecimento (mais tecnicamente falando, a diferenciação) das células do sistema nervoso, sendo que este processo é importante na formação da memória. Trata-se de um processo chamado Potencialização de Longo Prazo, ou PLP, e permite que as memórias sejam armazenadas no cérebro devido ao facto de estabelecer ligações mais fortes entre os neurónios.
A fisetina está presente em frutas como o já mencionado morango, mas também no tomate, na cebola, maçã, pêssego, uva , kiwi e frutos do bosque, como a amora, framboesa e mirtilo, que também são muito ricos em luteína, para manter uma boa visão, e são excelentes antioxidantes, combatendo os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento. E tudo por causa desses compostos chamados flavonóides, substâncias presentes nos vegetais, cujo efeito mais importante é a propriedade antioxidante que possuem, e a que são atribuídos vários efeitos biológicos, como acção anti-inflamatória e anti-hemorrágica, hormonal, anti-cancerígena e anti-alérgica, mas que também são responsáveis pelo aumento da resistência capilar e auxiliam na absorção da vitamina C.
No entanto, ainda não é possível usas estas descobertas como medicação preventiva, na medida em que seria necessário comer cerca de cinco quilos de morangos por dia para conseguir obter o efeito benéfico da fisetina, o que é totalmente desaconselhado. Isso não anula a verdade do benefício das frutas e dos sumos de frutas e de vegetais, que devem ser consumidos diariamente e em boas quantidades.
Mais uma prova de que a voz do povo lá tem a sua razão e de que vale a pena seguir o ditado que diz "uma maçã por dia mantém o médico afastado". Para ser perfeito, escolha frutas de produção orgânica, livres de químicos e pesticidas que são comprovadamente neurotóxicos e cancerígenos.

Portanto pessoal, vamos lá começar a consumir bastante fruta  e vegetais, de preferência em sumos. Se já sabíamos que fazia bem à saúde, agora ainda temos uma razão maior para o seu consumo. Vamos lutar contra o Alzheimer!

Citações LXXVIII

«O homem roubou o fruto, mas eu tenho que trepar para o conseguir.»

George Herbert

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Serão os Deuses Extraterrestres

Podem encontrar o artigo que me deu a ideia para este post aqui.

Todos sabemos que com a actual tecnologia é possível realizar os edifícios e monumentos mais estranhos e complicados que possamos imaginar, no entanto estas tecnologias são relativamente recentes. Na Antiguidade, quando se construíram alguns dos monumentos mais impressionantes da História essas tecnologias não existiam. As Pirâmides de Guizé, o Stonehenge, entre muitos outros eram praticamente impossíveis de realizar com a tecnologia existente na altura.
A hipótese que algumas pessoas colocam para este facto impressionante é a existência de ajuda extraterrestre. Ou seja, segundo alguns entendidos (ou lunáticos, como lhes queiram chamar) uma civilização muito mais avançada que a Humana meteu-se em naves, viajou até à Terra e, quando cá chegaram, não tinham nada mais interessante para fazer que ajudar os Humanos a construir monumentos. Provavelmente eram engenheiros com uma fixação muito grande pela construção!!!!
Segundo esses mesmos entendidos (!!!!!) é daí que vem a ideia Humana dos Deuses. Afinal os Deuses não passam de seres de outros planetas que desceram das suas naves e vieram ajudar a Humanidade no seu desenvolvimento artístico. Como eles eram muito mais avançados que os Humanos foram adorados como Deuses.
E vocês, o que acham? Os Antigos descobriram uma forma de construir estes grandes edifícios, apesar dos seus fracos conhecimentos de engenharia ou os ET's decidiram dar uma ajudinha?

Citações LXXVII

«O poder da observação precisa é vulgarmente chamado de cinismo por aqueles que não o possuem.»

George Herbert

quarta-feira, 4 de maio de 2011

FMI, o Bicho-Papão

Foi ontem anunciado o acordo entre o governo e o FMI. O Primeiro-Ministro focou-se na parte positiva deste acordo, dizendo aquilo que não vai fazer, mas acabou por não anunciar nenhuma medida muito concreta. Na minha opinião, fez o seu trabalho. Os portugueses já estão assustados o suficiente com a vinda do FMI a Portugal, não precisam de um Primeiro-Ministro que se afunde também nesse desespero, deite as mãos à cabeça e pergunte a Deus o que fazer. Aquilo que a oposição critica eu apoio, dizendo que neste momento o país precisa de algum optimismo.
Ontem à noite José Sócrates anunciou que não vai mexer nas reformas mais baixas, mas sim naquelas acima de 1500 euros, vai aumentar a reforma mínima e não vão acontecer mais despedimentos e cortes salariais na função pública. Em relação às reformas estou de acordo, as mais baixas já são bastante baixas, seria um duro golpe para quem já vive com tão pouco, já as reformas acima de 1500 euros podem ser diminuídas. Imaginemos um corte de 10% (não faço ideia de quanto será) ficariam a receber menos 150 euros, o que me parece bastante razoável. Eu ganho menos que isso e farto-me de trabalhar, se eles não fazem nada, também têm menos gastos, podem receber menos.
Quanto às medidas que o Primeiro-Ministro não anunciou ontem, estão entre elas a diminuição para 18 meses do subsídio de desemprego, com corte progressivo dos vencimentos a partir dos 6 meses. Acho muito bem. É ver agora uma série de pessoas a arranjar empregos, já que muitos deles gostam é de receber todos os meses o subsídio e não fazer nada. (Se eu dissesse aqui tudo o que penso acerca dos beneficiários do subsídio de desemprego provavelmente seria vítima de linchamento!!!)
Foi também acordada a venda do BPN. Também estou de acordo. Se na altura era imperativa a sua privatização, para salvar o investimento de muitas pessoas, agora impõem-se a sua venda, devido aos elevados prejuízos que está a dar. 
A diminuição do número de cargos de dirigentes nos organismos públicos também é uma coisa boa. Agora mais que nunca deve-se aplicar a premissa: Poucos mas bons. Só esperamos que fiquem os bons e não os maus (Vá lá, menos bons!!)
Quanto à privatização da TAP, EDP e REN já não estou de acordo. Ok, precisamos de dinheiro já, depressa, mas estas empresas são das poucas empresas públicas que dão lucros, a sua venda fará o Estado perder muito dinheiro a longo prazo, apesar da grande injecção de capital a curto prazo que seria a sua privatização.
Foi também acordado o aumento das taxas moderadoras. Nessa questão tenho uma opinião bipolar (!!). Por um lado, sei que muitas pessoas abusam na utilização do sistema de saúde. Existe muita gente que como não trabalha, não tem vida social e não tem mais nada que fazer vai ao médico, fazer exames, fazer fisioterapia e depois toma medicamentos que se levasse um estilo de vida saudável não precisava de tomar. Mas o aumento das taxas moderadoras vai afectar muita gente que efectivamente precisa de cuidados de saúde e vai ver a sua vida mais complicada devido a este facto. (Na clínica, pode ser que não notemos nada, já que a maior parte das pessoas são isentas!!!!!)
Quanto à lei que facilita os despedimentos e que o Francisco Louçã tanto critica, porque diz que vai aumentar os despedimentos num país com uma taxa de desemprego já tão elevada estou de acordo. Não por ser patroa e estar a precisar de despedir uns quantos empregados, mas porque penso que pode fomentar a criação de postos de emprego por parte das empresas, uma vez que deixam de ter grandes problemas com o despedimento dos empregados caso alguma coisa corra mal. Pode ser que também diminua o número de trabalhadores a recibos verdes, já que as empresas deixam de ter grandes problemas com o despedimento dos empregados que já não precisam. Eu sei que pode parecer uma perspectiva um pouco dura, mas é a realidade da actualidade. Uma empresa para não ter receio de criar novos postos de emprego tem que ter algumas garantias de não vir a ter muitos problemas se precisar de voltar atrás.
Para finalizar, segundo o Senhor FMI, parece que lá para 2013 vamos voltar a crescer, até lá espera-nos apenas a recessão, mas como nós somos um povo bem-disposto vamos superar tudo isto com um sorriso no rosto e não cara de quem comeu algo azedo!

Imagens Engraçadas

Podem ver o artigo original aqui.

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Grande Estacionamentos!

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Inspecção Automóvel

Hoje levei o carro à inspecção. Nunca tinha feito tal coisa. É engraçado! Lá está o senhor a dizer para fazer isto e aquilo e não sei mais o quê! Só houve uma altura em que me senti em perigo! Então eu tinha o carro por cima de um buraco, estava lá dentro e o homem desata a abanar o carro como se não houvesse amanhã! Que susto que eu apanhei! Podia ao menos ter avisado que ia fazer isso! 
Há é verdade! Chumbou por causa de uma luz da frente! Estava embaciada e o senhor disse que não passava luz quase nenhuma! Bem lá tenho que ir arranjar aquilo e depois voltar lá!

Citações LXXV

«Aquele que vive de combater um inimigo tem o interesse de o manter vivo.»

Friedric Nietzsche

terça-feira, 3 de maio de 2011

Melhores Placas Desmotivacionais

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Vamos Rifar estes Pais

O título original deste artigo é "Identificando Futuros Alcoólicos", mas eu acho que os pais que tiram estas fotografias é que não são muito normais! Então vão colocar bebidas alcoólicas nas mãos das crianças! Como se não existissem já incentivos suficientes para os jovens começarem a beber.

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E havia mais, mas acho melhor ficarmos por aqui, que isto é um blog sério!!!! Ou não!!

Citações LXXIV

«O hábito não faz o monge, e há quem, vestindo-o, seja tudo menos um frade.»

Fraçois Rabelais