Um espaço de opinião e reflexão, que me permite partilhar os meus pensamentos, frustrações e alegrias. Mas aviso desde já, se pensam aprender alguma coisa aqui, vão ficar completamente desiludidos.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

FMI, o Bicho-Papão

Foi ontem anunciado o acordo entre o governo e o FMI. O Primeiro-Ministro focou-se na parte positiva deste acordo, dizendo aquilo que não vai fazer, mas acabou por não anunciar nenhuma medida muito concreta. Na minha opinião, fez o seu trabalho. Os portugueses já estão assustados o suficiente com a vinda do FMI a Portugal, não precisam de um Primeiro-Ministro que se afunde também nesse desespero, deite as mãos à cabeça e pergunte a Deus o que fazer. Aquilo que a oposição critica eu apoio, dizendo que neste momento o país precisa de algum optimismo.
Ontem à noite José Sócrates anunciou que não vai mexer nas reformas mais baixas, mas sim naquelas acima de 1500 euros, vai aumentar a reforma mínima e não vão acontecer mais despedimentos e cortes salariais na função pública. Em relação às reformas estou de acordo, as mais baixas já são bastante baixas, seria um duro golpe para quem já vive com tão pouco, já as reformas acima de 1500 euros podem ser diminuídas. Imaginemos um corte de 10% (não faço ideia de quanto será) ficariam a receber menos 150 euros, o que me parece bastante razoável. Eu ganho menos que isso e farto-me de trabalhar, se eles não fazem nada, também têm menos gastos, podem receber menos.
Quanto às medidas que o Primeiro-Ministro não anunciou ontem, estão entre elas a diminuição para 18 meses do subsídio de desemprego, com corte progressivo dos vencimentos a partir dos 6 meses. Acho muito bem. É ver agora uma série de pessoas a arranjar empregos, já que muitos deles gostam é de receber todos os meses o subsídio e não fazer nada. (Se eu dissesse aqui tudo o que penso acerca dos beneficiários do subsídio de desemprego provavelmente seria vítima de linchamento!!!)
Foi também acordada a venda do BPN. Também estou de acordo. Se na altura era imperativa a sua privatização, para salvar o investimento de muitas pessoas, agora impõem-se a sua venda, devido aos elevados prejuízos que está a dar. 
A diminuição do número de cargos de dirigentes nos organismos públicos também é uma coisa boa. Agora mais que nunca deve-se aplicar a premissa: Poucos mas bons. Só esperamos que fiquem os bons e não os maus (Vá lá, menos bons!!)
Quanto à privatização da TAP, EDP e REN já não estou de acordo. Ok, precisamos de dinheiro já, depressa, mas estas empresas são das poucas empresas públicas que dão lucros, a sua venda fará o Estado perder muito dinheiro a longo prazo, apesar da grande injecção de capital a curto prazo que seria a sua privatização.
Foi também acordado o aumento das taxas moderadoras. Nessa questão tenho uma opinião bipolar (!!). Por um lado, sei que muitas pessoas abusam na utilização do sistema de saúde. Existe muita gente que como não trabalha, não tem vida social e não tem mais nada que fazer vai ao médico, fazer exames, fazer fisioterapia e depois toma medicamentos que se levasse um estilo de vida saudável não precisava de tomar. Mas o aumento das taxas moderadoras vai afectar muita gente que efectivamente precisa de cuidados de saúde e vai ver a sua vida mais complicada devido a este facto. (Na clínica, pode ser que não notemos nada, já que a maior parte das pessoas são isentas!!!!!)
Quanto à lei que facilita os despedimentos e que o Francisco Louçã tanto critica, porque diz que vai aumentar os despedimentos num país com uma taxa de desemprego já tão elevada estou de acordo. Não por ser patroa e estar a precisar de despedir uns quantos empregados, mas porque penso que pode fomentar a criação de postos de emprego por parte das empresas, uma vez que deixam de ter grandes problemas com o despedimento dos empregados caso alguma coisa corra mal. Pode ser que também diminua o número de trabalhadores a recibos verdes, já que as empresas deixam de ter grandes problemas com o despedimento dos empregados que já não precisam. Eu sei que pode parecer uma perspectiva um pouco dura, mas é a realidade da actualidade. Uma empresa para não ter receio de criar novos postos de emprego tem que ter algumas garantias de não vir a ter muitos problemas se precisar de voltar atrás.
Para finalizar, segundo o Senhor FMI, parece que lá para 2013 vamos voltar a crescer, até lá espera-nos apenas a recessão, mas como nós somos um povo bem-disposto vamos superar tudo isto com um sorriso no rosto e não cara de quem comeu algo azedo!

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