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terça-feira, 24 de maio de 2011

Palestiniano Dá Vida a Quatro Israelitas

Estava a folhear umas coisas que tinha lá por casa e encontrei isto. Achei que devia partilhar. Pode ser que inspire alguém.

«”O meu coração é árabe”, poderá afirmar Cohen, salvo por Mazen Julani, morto por um colono.

Um palestiniano, morto por um colono, deu a vida a quatro israelitas. A família de Mazen Julani, oriundo de Hebron, afirma que a doação dos seus órgãos “foi simplesmente um acto humanitário” e não uma mensagem política.
A situação não é inédita, mas assume um especial significado quando ocorre num momento em que o ódio, raiva e dor parecem afastar cada vez mais os dois povos. Julani, de 32 anos, encontrava-se no café Shalom (Paz) em Jerusalém Oriental quando um colono, que se fazia transportar num Toyota, disparou com uma arma automática atingindo-o na cabeça, escapando depois na direcção dos colonatos de Pisgat ou Anatot, segundo testemunhas oculares citadas pelo El País.
No hospital Hadassa de Jerusalém, onde mazen entrou em estado de morte cerebral, a família foi contactada para doar os órgãos do jovem farmacêutico, casado e pai de três filhos. O coração foi dar vida a Yigal cohen, de 34 anos, residente em Jerusalém Ocidental; os seus pulmões foram para um israelita de 62 anos; o fígado destinou-se a outro de 61 anos, o pâncreas e um rim foram para uma israelita de 30 anos e o outro rim para um jovem israelita de 13 anos.
Tamar Ashkenazi, coordenador do Centro de Transplantes de Israel, afirmou que as cirurgias tinham corrido bem e que os doentes estavam a reagir.
“Todos os seres humanos fazem parte de uma mesma família e somos iguais” afirmou Lufti Julani, de 72 anos, pai de Mazen, e adianta: “doei os órgãos do meu filho para salvar a vida de outros, independentemente de serem judeus, cristãos ou muçulmanos, apesar do meu filho ter sido morto pela bala de um colono”.
Devid cohen, pai do receptor do coração de mazen, não escondeu ter ficado “muito surpreendido” com o gesto: “… realmente comovente, especialmente nestes dias quando as relações são tão tensas. Esta nobre família chega a ensinar-nos que é possível fazer as coisas de modo diferente.”
Cohen disse ainda que gostaria de conhecer os pais e irmãos de Mazen. A visita ocorreu há dois dias: a filha mais velha de Mazen, de quatro anos e meio, não soube nem percebeu a razão daquela ida a uma casa estranha: ninguém lhe disse que o pai fora morto por um colono, mas que “foi viajar e quando vier traz-te uma prenda.”»

Lumanea Raposo, Diário de notícias, 9 de Junho de 2001

Este é um grande exemplo de boa vontade. Se todas as pessoas fossem assim grande parte das guerras acabariam por falta de combatentes! É um exemplo que deve ser aplaudido!

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